Balkrishna Doshi nasceu em Pune, Índia, há 91 anos, e no início de 2018 tornou-se no primeiro vencedor indiano do prémio de maior prestígio do mundo da arquitetura, o Prémio Pritzker. Fazendo arquitetura há mais de 70 anos, Doshi teve como mestres Le Corbusier e Louis Kahn, com quem trabalhou, mas criou a sua própria linguagem, assente no conhecimento profundo da sua terra, da história, da cultura e das tradições, contribuindo significativamente para a mudança e tendo sempre em vista a responsabilidade social e a sustentabilidade. "As minhas obras são uma extensão da minha vida, da minha filosofia e dos meus sonhos” (Doshi).
Balkrishna Vithaldas Doshi, ou simplesmente Doshi, como é carinhosamente chamado, é um dos mais influentes arquitetos do século XX e é o vencedor do Prémio Pritzker de 2018, o primeiro ano em que o evento foi apresentado no Canadá, no Museu Aga Khan, em Toronto. Nasceu a 26 de agosto de 1927 e iniciou os seus estudos em arquitetura no ano da independência do seu país, em 1947. Após um período em Londres, mudou-se para França para trabalhar com Le Corbusier e de lá voltou para a Índia, para supervisionar o trabalho de Le Corbusier em Chandigarh e em Ahmedabad, como o Edifício da Associação dos Proprietários de Moinhos (1954) e a Casa de Shodhan (1956). A propósito de Le Corbusier e do prémio agora recebido, diz: "devo este prémio de prestígio ao meu guru, Le Corbusier. Os seus ensinamentos levaram-me a questionar a identidade e obrigaram-me a descobrir uma nova expressão contemporânea regionalmente aceitável para um habitat holístico sustentável”. Doshi também trabalhou mais tarde com Louis Kahn no Instituto Indiano de Gestão, em Ahmedabad, a partir de 1962. Seria nesta cidade, a quinta mais populosa da Índia, onde cresceria profissionalmente fundando e construindo as escolas de arquitetura e urbanismo que comandou durante décadas.
Alguns dos seus principais projetos incluem a Escola de Arquitetura de Ahmedabad (1966), que ele criou e fundou; um edifício abobadado criado para sediar o seu escritório (Sangath), em 1981; e a galeria de arte inspirada numa caverna, Amdavad ni Gufa (1995). Em 1989, criou a Habitação de Baixa Renda Aranya, que oferece residências acessíveis a 80 mil pessoas em Indore. Os cilindros, os grandes arcos e as "abóbodas semienterradas", segundo sua denominação, tornaram-se a sua marca arquitetónica. No entanto, utiliza essas técnicas porque permitem conviver com o sol e com a chuva. Nos mais de cem edifícios e bairros que projetou na Índia, os pátios, as persianas, as pérgulas, a largura das ruas e as sacadas souberam lidar com o sol e aproveitar as brisas com uma sustentabilidade lógica e tradicional, que não precisa de rótulos e que Doshi defende desde a década de setenta do século passado, quando também projetou, em Ahmedabad, o Instituto de Tecnologia e Meio Ambiente.
"O JÚRI RECONHECE A SUA ARQUITETURA EXCECIONAL (…), O SEU COMPROMISSO E A SUA DEDICAÇÃO AO PAÍS E ÀS COMUNIDADES QUE SERVIU”
O júri do Prémio Pritzker disse que Balkrishna Doshi "criou uma arquitectura que é séria, nunca espalhafatosa, nem seguidora de tendências (…) Ao conceder-lhe a medalha deste ano, o júri reconhece a sua arquitetura excecional, refletida em mais de uma centena de edifícios que realizou, o seu compromisso e a sua dedicação ao país e às comunidades que serviu, a sua influência como professor e o excelente exemplo que estabeleceu para profissionais e estudantes de todo o mundo ao longo de sua longa carreira”. E prosseguiu: "Doshi está profundamente consciente do contexto em que os seus edifícios estão localizados. As suas soluções têm em conta as dimensões social, ambiental e económica e por isso a sua arquitetura está totalmente empenhada com a sustentabilidade.” Mas o homem que foi muito para além dos ensinamentos de Le Corbusier alia todas estas dimensões a uma outra, mais emocional, mais mística, mais poética. A obra de Doshi é também poesia, agora reconhecida. Só agora!
Balkrishna Vithaldas Doshi, ou simplesmente Doshi, como é carinhosamente chamado, é um dos mais influentes arquitetos do século XX e é o vencedor do Prémio Pritzker de 2018, o primeiro ano em que o evento foi apresentado no Canadá, no Museu Aga Khan, em Toronto. Nasceu a 26 de agosto de 1927 e iniciou os seus estudos em arquitetura no ano da independência do seu país, em 1947. Após um período em Londres, mudou-se para França para trabalhar com Le Corbusier e de lá voltou para a Índia, para supervisionar o trabalho de Le Corbusier em Chandigarh e em Ahmedabad, como o Edifício da Associação dos Proprietários de Moinhos (1954) e a Casa de Shodhan (1956). A propósito de Le Corbusier e do prémio agora recebido, diz: "devo este prémio de prestígio ao meu guru, Le Corbusier. Os seus ensinamentos levaram-me a questionar a identidade e obrigaram-me a descobrir uma nova expressão contemporânea regionalmente aceitável para um habitat holístico sustentável”. Doshi também trabalhou mais tarde com Louis Kahn no Instituto Indiano de Gestão, em Ahmedabad, a partir de 1962. Seria nesta cidade, a quinta mais populosa da Índia, onde cresceria profissionalmente fundando e construindo as escolas de arquitetura e urbanismo que comandou durante décadas.
Alguns dos seus principais projetos incluem a Escola de Arquitetura de Ahmedabad (1966), que ele criou e fundou; um edifício abobadado criado para sediar o seu escritório (Sangath), em 1981; e a galeria de arte inspirada numa caverna, Amdavad ni Gufa (1995). Em 1989, criou a Habitação de Baixa Renda Aranya, que oferece residências acessíveis a 80 mil pessoas em Indore. Os cilindros, os grandes arcos e as "abóbodas semienterradas", segundo sua denominação, tornaram-se a sua marca arquitetónica. No entanto, utiliza essas técnicas porque permitem conviver com o sol e com a chuva. Nos mais de cem edifícios e bairros que projetou na Índia, os pátios, as persianas, as pérgulas, a largura das ruas e as sacadas souberam lidar com o sol e aproveitar as brisas com uma sustentabilidade lógica e tradicional, que não precisa de rótulos e que Doshi defende desde a década de setenta do século passado, quando também projetou, em Ahmedabad, o Instituto de Tecnologia e Meio Ambiente.
"O JÚRI RECONHECE A SUA ARQUITETURA EXCECIONAL (…), O SEU COMPROMISSO E A SUA DEDICAÇÃO AO PAÍS E ÀS COMUNIDADES QUE SERVIU”
O júri do Prémio Pritzker disse que Balkrishna Doshi "criou uma arquitectura que é séria, nunca espalhafatosa, nem seguidora de tendências (…) Ao conceder-lhe a medalha deste ano, o júri reconhece a sua arquitetura excecional, refletida em mais de uma centena de edifícios que realizou, o seu compromisso e a sua dedicação ao país e às comunidades que serviu, a sua influência como professor e o excelente exemplo que estabeleceu para profissionais e estudantes de todo o mundo ao longo de sua longa carreira”. E prosseguiu: "Doshi está profundamente consciente do contexto em que os seus edifícios estão localizados. As suas soluções têm em conta as dimensões social, ambiental e económica e por isso a sua arquitetura está totalmente empenhada com a sustentabilidade.” Mas o homem que foi muito para além dos ensinamentos de Le Corbusier alia todas estas dimensões a uma outra, mais emocional, mais mística, mais poética. A obra de Doshi é também poesia, agora reconhecida. Só agora!
