Este projeto envolveu a renovação de uma casa típica algarvia e também a sua extensão para a transformar numa moradia familiar contemporânea. Mas não foi uma reforma comum. Os mais de 5230 metros quadrados de terreno ao redor da casa são povoados de antigas oliveiras, amendoeiras e laranjeiras, e mantê-las era imprescindível. Por isso, todo o desenho começou a gravitar em torno delas, garantindo que nenhuma precisaria de ser movida, nem cortada, já que seriam um importante contributo para o desempenho energético da casa.
Depois, começou-se a pensar na forma do novo edifício, que surgiu a partir de levantamentos bioclimáticos e topográficos. A fachada norte foi fechada para impedir a entrada de ventos frios, e toda a casa se abriu em leque para o sul, com vista para o mar, absorvendo a luz solar.
Toda a casa se abriu em leque para o sul, com vista para o mar, absorvendo a luz solar
O respeito pela natureza e a preocupação pela eficiência energética também estiveram na base da escolha dos materiais. Por isso, o projeto do atelier CORE-Architects usou elementos de construção naturais, como madeira e telhado verde, ajudando o edifício a misturar-se com o ambiente e reduzindo o impacto químico e a pegada de carbono. Os mesmos materiais da casa original (como a pedra natural, madeira, barro e tijolos de burro) conectaram as duas linguagens arquitetónicas opostas, a de uma casa misturada com a natureza e a da nova, com um design futurista. Curiosamente, todos eles acabam por funcionar como um regulador climático.
Através destes e de muitos outros aspetos percebe-se que os princípios "PASSIVHAUS” foram aplicados nesta moradia, resultando numa casa ecológica, confortável e com elevada eficiência energética.
Casa Azul
Elevar a sustentabilidade a outro nível