Sustentabilidade na Arquitetura
Koichi Takada
A insustentabilidade da leveza do ser
José Carlos Nunes de Oliveira
Arquiteto e Fundador da NOARQ
Irá durar muitos anos o aprumo da obra incompleta que é a construção do mundo. O projeto é antigo, tem boas ideias, mas cheio de disfunções e desequilíbrios, de tão ambicioso que é. De momento, é urgente a correção do projeto de estabilidade desta marquise em balanço a que chamamos mundo moderno. O desequilíbrio estrutural está a provocar o desastre ecológico.
Talvez nunca, ao longo da história humana, tenhamos estado conciliados com a vida, contrariamente à pacífica narrativa de algum ambientalismo populista que propõe, quase simplesmente, um regresso às origens.
Quais origens? Que momento da história fixamos? Em que milénio fomos sustentáveis? Antes ou depois da escrita? E se fomos, foi à custa de quê?
Recordem-se as pinturas rupestres para percebermos quantas espécies exterminamos. Se, na Idade Média, o carbono não era um problema, era a falta de cuidados de saúde. As pestes quase dizimaram a população europeia. A história humana é também a história da guerra, da miséria, da ignorância e da falta de direitos humanos. O processo de colonização da América assolou as civilizações originais. A ganância subjugou milhões à seca e a pobreza extrema em África…
Agora, mais do que nunca, reclama-se por todo o mundo, o planeta está em risco. Errado!
Quem está em risco é a espécie humana, como de resto estão as formas de vida que (apenas) conhecemos!
Nestes últimos dois séculos, reforçámos o título de exterminadores de espécies e de ecossistemas naturais. Nos últimos dois anos, percebemos como será fácil autoflagelarmo-nos até à extinção.
O planeta, por sua vez, manter-se-á vivaz e magnífico. Não como o conhecemos, mas admirável, como qualquer corpo celeste o é. Talvez vermelho como Marte, tórrido como Vénus, talvez gelado como Neptuno, mas sempre belo. Talvez uma fantasia de cidades submersas ou de ruínas imersas na areia.
Não é este assombro de beleza apocalíptica que auspiciamos. Como não sonhamos ter um neto chamado Mad Max.
Assim sendo, e admitindo que não conseguimos reparar a construção do mundo, com a urgência necessária para manter o equilíbrio ecológico da vida na Terra, tal qual a fixamos como ideal (talvez um dos erros em que assenta a proposição do problema, porque o sistema é dinâmico e, portanto, variável) e sem diminuirmos a qualidade de vida que atingimos, é dever de cada um rever hábitos na sua vida pessoal e profissional. O problema da sustentabilidade não poderá ser resolvido à custa da exclusão e/ou redução a fórmulas simples. A complexíssima construção do mundo só será possível acelerando o desenvolvimento humano, a ciência e a tecnologia, sem esquecer as lições da História.
Talvez nunca, ao longo da história humana, tenhamos estado conciliados com a vida, contrariamente à pacífica narrativa de algum ambientalismo populista que propõe, quase simplesmente, um regresso às origens.
Quais origens? Que momento da história fixamos? Em que milénio fomos sustentáveis? Antes ou depois da escrita? E se fomos, foi à custa de quê?
Recordem-se as pinturas rupestres para percebermos quantas espécies exterminamos. Se, na Idade Média, o carbono não era um problema, era a falta de cuidados de saúde. As pestes quase dizimaram a população europeia. A história humana é também a história da guerra, da miséria, da ignorância e da falta de direitos humanos. O processo de colonização da América assolou as civilizações originais. A ganância subjugou milhões à seca e a pobreza extrema em África…
Agora, mais do que nunca, reclama-se por todo o mundo, o planeta está em risco. Errado!
Quem está em risco é a espécie humana, como de resto estão as formas de vida que (apenas) conhecemos!
Nestes últimos dois séculos, reforçámos o título de exterminadores de espécies e de ecossistemas naturais. Nos últimos dois anos, percebemos como será fácil autoflagelarmo-nos até à extinção.
O planeta, por sua vez, manter-se-á vivaz e magnífico. Não como o conhecemos, mas admirável, como qualquer corpo celeste o é. Talvez vermelho como Marte, tórrido como Vénus, talvez gelado como Neptuno, mas sempre belo. Talvez uma fantasia de cidades submersas ou de ruínas imersas na areia.
Não é este assombro de beleza apocalíptica que auspiciamos. Como não sonhamos ter um neto chamado Mad Max.
Assim sendo, e admitindo que não conseguimos reparar a construção do mundo, com a urgência necessária para manter o equilíbrio ecológico da vida na Terra, tal qual a fixamos como ideal (talvez um dos erros em que assenta a proposição do problema, porque o sistema é dinâmico e, portanto, variável) e sem diminuirmos a qualidade de vida que atingimos, é dever de cada um rever hábitos na sua vida pessoal e profissional. O problema da sustentabilidade não poderá ser resolvido à custa da exclusão e/ou redução a fórmulas simples. A complexíssima construção do mundo só será possível acelerando o desenvolvimento humano, a ciência e a tecnologia, sem esquecer as lições da História.